15.10.10

eu sempre choro quando canto esta música; ela é linda e eu canto mesmo sabendo que vou chorar.

O Filho Que Eu Quero Ter
Toquinho
Composição: Toquinho/ Vinicius de Moraes

É comum a gente sonhar, eu sei, quando vem o entardecer
Pois eu também dei de sonhar um sonho lindo de morrer:
Vejo um berço e nele eu me debruçar com o pranto a me correr
E assim, chorando, acalentar o filho que eu quero ter
Dorme, meu pequenininho, dorme que a noite já vem
Teu pai está muito sozinho de tanto amor que ele tem


De repente, eu vejo se transformar num menino igual a mim
Que vem correndo me beijar quando eu chegar lá de onde eu vim
Um menino sempre a me perguntar um "porquê" que não tem fim
Um filho a quem só queira bem e a quem só diga que sim
Dorme menino levado, dorme que a vida já vem
Teu pai está muito cansado de tanta dor que ele tem


Quando a vida enfim me quiser levar pelo tanto que me deu
Sentir-lhe a barba me roçar no derradeiro beijo seu
E ao sentir também sua mão vedar meu olhar dos olhos seus
Ouvir-lhe a voz a me embalar num acalanto de adeus
"Dorme, meu pai, sem cuidado, dorme que ao entardecer
Teu filho sonha acordado com o filho que ele quer ter."

9.10.10

eu estava no táxi, indo para algum lugar. no rádio, começou a tocar esta música, que meu pai gostava tanto e que eu cantava para ele.

comecei a cantar baixinho, quase sem voz, no banco de trás do táxi, andando pelo rio de janeiro, indo para algum lugar e as lágrimas caíram.

Disritmia
Martinho da Vila
Composição: Zé Katimba

Eu quero me esconder
Debaixo dessa sua saia
Prá fugir do mundo
Pretendo também me embrenhar
No emaranhado desses seus cabelos
Preciso transfundir seu sangue
Pro meu coração
Que é tão vagabundo...

Me deixa te fazer um dengo
Prá num cafuné
Fazer os meus apelos...

Eu quero ser exorcizado
Pela água benta
Desse olhar infindo
Que bom é ser fotografado
Mas pelas retinas
Desses olhos lindos
Me deixe hipnotizado
Prá acabar de vez com essa disritmia...

Vem logo
Vem curar seu nego
Que chegou de porre
Lá da boemia...


e meu pai nunca foi boêmio. não bebia nada, não sabia beber, não ia para bares com os amigos, que riam dele nas festas, bebendo guaraná enquanto os outros tomavam uísque. meu pai, que pedia cafuné enquanto eu cantava baixinho para ele.

1.10.10

ele.



tirei esta foto num passeio que fizemos. essa casinha estava fechada, sentamos em sua varanda para almoçar. eu, ele, mamãe e um casal amigo da família. eu tinha 16 anos. é minha foto preferida dele.

ele era tão bonito...