16.11.11

mais um 15 de novembro veio e passou. e hoje, 16, foi o dia do seu enterro. da noite que passei em vigília, com duas pessoas tão queridas na época, ana lúcia e tetê, que foram suas fisioterapeutas. ana lúcia, prima distante, tetê, sumida depois de sua morte.

aquela noite das mais longas. eu, você, um caixãozinho de criança. um velho, uma criança, uma menina de vinte e poucos, atravessando uma noite que virou manhã e eu não vi a mudança. tantos anos se passaram, pai, aquela noite ainda está aqui, guardada.

como estão guardadas todas as lágrimas, todos os gritos, toda a tanta dor que eu aperto, espremo, copacto e prendo na caixinha. e a caixinha fica ali, guardada, às vezes exposta, às vezes soterrada dentro de mim.

não quero falar muito. mas sempre falo um pouco e sempre falta muito. se eu pudesse, pai. se eu pudesse.