25.7.06

eu lembro do meu pai quando estou alegre, quando estou triste e quando estou com raiva.
ou seja: estou sempre lembrando dele.

conversando com uma das minhas irmãs, eu falei que ambas tínhamos feito as pazes com papai. estamos em paz com ele; com seus defeitos e suas qualidades.

falei uma frase que, a princípio, pode parecer dura. mas é verdade para mim, para minha história. "papai morreu. a gente enterrou e seguiu a vida."

mas qual a razão dessa afirmação?

minha outra irmã. ela até hoje se queixa das coisas que papai fazia e ela não gostava. e não tem sentido. ele morreu. se ela não gostava, se queixasse com ele enquanto estava vivo. não faz sentido, anos depois dele morto, ela reclamar, sei lá, que ele brigou com ela por conta de um café.

(essa história do café eu inventei agora. mas dá para exemplificar bem o nível das reclamações)

acho que o importante nessa história é, também, ver que esse é o jeito dela lidar com a saudade e a vontade envergonhada de que ele estivesse aqui. reclamar é o jeito dela fazer papai viver mais.

escrever aqui é o meu.