24.9.05

Eu recebo e-mails através deste blog, claro. E respondo a cada um deles. Cada um me traz uma história. Cada um me traz carinho. Cada um me dá mais motivos para eu continuar a escrever.

Este mês, com alguns dias de diferença, recebi dois e-mails que me marcaram.
Uma senhora de 50 anos lamentando a ausência do pai, falecido aos 92 anos, e uma mocinha de 16, que perdeu o pai aos 10.
Elas têm histórias de vida diferentes e um amor imenso que as une. E que as une a mim, também.
Como escrevi na resposta para a senhora, isso prova que não há idade para ser pai e filha. Que o amor não é medido por dias vividos. A Bruna perdeu o pai com dez anos. Eu perdi o pai duas vezes, primeiro sua mente, depois seu corpo, aos 16 e aos vinte e poucos. A Ofélia perdeu o pai aos 57. E a presença desse amor, dessa dor, dessa saudade do conselho paterno e da alegria dividida, continua em nós três. Nos dando um aperto no coração às vezes, e outras nos dando força para lutar, para continuar e para fazer com que nossos pais vivam em nós.