uma vez ou outra na vida a gente surta.
eu surtei uma vez por conta de papai. deixa explicar melhor:
papai voltava para casa depois de mais um tempo no hospital. e a garagem do prédio era baixa, a ambulância não entrava. começou um certo aperreio, mas os enfermeiros tiraram a maca, fomos pegar uma cadeira de rodas, abrir a porta do elevador, avisar em casa que papai estava voltando.
aí deu-se o surto.
chegaram duas pessoas perto de papai. dois moradores de rua, acho. e eu rodei a baiana com uma fúria que eu não sabia que existia em mim.
sim, ambulância chama a atenção e as pessoas são curiosas. sim, morbidez é parte do ser humano.
e quem disse que eu lembrei de nada?
não racionalizei chongas, virei bicho.
virei fera para defender meu pai.
não lembro de muita coisa, só de gritar que aquilo ali não era circo. era meu pai.
depois do surto, suada e muito cansada, subi em casa, papai já instalado no quarto, tomei um copo d´água, mamãe atônita, os enfermeiros pasmos.
respirei fundo.
desci e fui falar com o porteiro.
pedi desculpa.
e disse que papai era fraquinho, podia pegar fácil uma infecção, a gente não sabia quem eram aquelas pessoas nem o que elas poderiam fazer para prejudicá-lo.
e que de uma próxima vez, ele avisasse que não era para ninguém chegar perto da ambulância.
eu surtei uma vez por conta de papai. deixa explicar melhor:
papai voltava para casa depois de mais um tempo no hospital. e a garagem do prédio era baixa, a ambulância não entrava. começou um certo aperreio, mas os enfermeiros tiraram a maca, fomos pegar uma cadeira de rodas, abrir a porta do elevador, avisar em casa que papai estava voltando.
aí deu-se o surto.
chegaram duas pessoas perto de papai. dois moradores de rua, acho. e eu rodei a baiana com uma fúria que eu não sabia que existia em mim.
sim, ambulância chama a atenção e as pessoas são curiosas. sim, morbidez é parte do ser humano.
e quem disse que eu lembrei de nada?
não racionalizei chongas, virei bicho.
virei fera para defender meu pai.
não lembro de muita coisa, só de gritar que aquilo ali não era circo. era meu pai.
depois do surto, suada e muito cansada, subi em casa, papai já instalado no quarto, tomei um copo d´água, mamãe atônita, os enfermeiros pasmos.
respirei fundo.
desci e fui falar com o porteiro.
pedi desculpa.
e disse que papai era fraquinho, podia pegar fácil uma infecção, a gente não sabia quem eram aquelas pessoas nem o que elas poderiam fazer para prejudicá-lo.
e que de uma próxima vez, ele avisasse que não era para ninguém chegar perto da ambulância.
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