Luar do Sertão
Catulo da Paixão Cearense
Oh, que saudade do luar da minha terra, lá na serra,
Branquejando folhas secas pelo chão!
Este luar cá da cidade, tão escuro,
Não tem aquela saudade do luar lá do sertão.
Não há, oh, gente, oh não
Luar como esse do sertão
Não há, oh, gente, oh não
Luar como esse do sertão
Se a lua nasce por detrás da verde mata
Mais parece um sol de prata prateando a solidão
E a gente pega na viola que ponteia,
E a canção é lua cheia a nos nascer do coração
Quando vermelha, no sertão, desponta a lua,
Dentro d'alma, onde flutua, também rubra, nasce a dor!
E a lua sobe, e o sangue muda em claridade,
E a nossa dor muda em saudade, branca assim, da mesma cor!
A gente fria desta terra sem poesia
Não se importa com esta lua, nem faz caso do luar
Enquanto a onça, lá na verde capoeira
Leva uma hora inteira vendo a lua, a meditar
Ai, quem me dera que eu morresse lá na serra
Abraçado à minha terra e dormindo de uma vez
Ser enterrado numa grota pequenina
Onde à tarde a surunina chora sua viuvez
Catulo da Paixão Cearense
Oh, que saudade do luar da minha terra, lá na serra,
Branquejando folhas secas pelo chão!
Este luar cá da cidade, tão escuro,
Não tem aquela saudade do luar lá do sertão.
Não há, oh, gente, oh não
Luar como esse do sertão
Não há, oh, gente, oh não
Luar como esse do sertão
Se a lua nasce por detrás da verde mata
Mais parece um sol de prata prateando a solidão
E a gente pega na viola que ponteia,
E a canção é lua cheia a nos nascer do coração
Quando vermelha, no sertão, desponta a lua,
Dentro d'alma, onde flutua, também rubra, nasce a dor!
E a lua sobe, e o sangue muda em claridade,
E a nossa dor muda em saudade, branca assim, da mesma cor!
A gente fria desta terra sem poesia
Não se importa com esta lua, nem faz caso do luar
Enquanto a onça, lá na verde capoeira
Leva uma hora inteira vendo a lua, a meditar
Ai, quem me dera que eu morresse lá na serra
Abraçado à minha terra e dormindo de uma vez
Ser enterrado numa grota pequenina
Onde à tarde a surunina chora sua viuvez
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