22.1.03

hoje eu entendo.

um paciente de 60 anos, obeso, com um enfarte e um derrame no prontuário, fumante desde os 14, hipertenso e sedentário não teria grandes chances de acordar lúcido e em boas condições físicas depois de uma cirurgia cerebral.

mas aos 16 anos isso era tudo que eu pedia a Deus, e tinha certeza de que meu pai ia ficar bom. certeza, mesmo, não, era mais uma vontade muito forte. era uma coisa em que eu me agarrava, esse pensamento.

não há como ser objetiva e fria como hoje. porque já vivi o dobro dos meus 16 da época em que meu pai teve o derrame que o deixou cinco anos em coma, antes de morrer.